Uma ótima dica para quem está em Paris é visitar a loja de departamentos Le Bon Marché. Na verdade não cheguei a entrar na loja propriamente dita, mas posso dizer que adorei a Grande Épicerie de Paris!
Fachada do Le Bon Marché na rua de Sèvres, 24 |
Já tinha ouvido falar tanto na Grande Épicerie quanto no Bon Marché e já até tinha ido muito perto de ambos nas outras vezes que estive em Paris, só não sabia o que estava perdendo! Para começar, o Bon Marché foi a primeira loja de departamentos do mundo e é hoje uma das mais conhecidas da França. Inaugurada por volta de 1869 e feita com partes de estruturas metálicas projetadas por Gustave Eiffel, trouxe inovações como entregas em domicílio, preços fixos, troca de artigos e vendas por correspondência.
Para quem vem de metrô, uma boa pedida é descer na estação Sèvres-Babylone e aproveitar o resto que a região pode oferecer, como as lojas de marcas famosas (Kipling, L'Occitane, Nespresso, Clarins, Hermés, La Maison du Chocolat, Swacht- na Rue de Sèvres), a Igreja da Medalha Milagrosa (na Rue du Bac), os parques e deixar para entrar na Grande Épicerie de Paris no final. Digo no final, pois com certeza você vai gastar um bom tempo olhando lá dentro e também porque você vai comprar muitas coisinhas!
La Grande Épicerie de Paris na rua de Sèvres, 38 |
Fiquei tão admirada com o tamanho e variedade da loja que esqueci de tirar fotos (hihihi'), mas encontrei várias no Google para vocês verem. Só para citar, venho aqui com algumas das seções da loja: boulangerie (padaria), traiteur (pratos prontos), boucherie (açougue), rotisseirie (carnes assadas), fromagerie/crémerie (queijos/laticínios), pâtisserie (doces), fruits et légumes, cave, poissonerie (peixaria), cafés e a seção luxe, onde podemos encontrar caviar, salmão do Alaska, presunto Pata Negra, foie gras e trufas. Sem nos esquecer das seções de temperos e especiarias, bolachas, chás, azeites, produtos italianos, americanos, livros e utensílios de cozinha.
Confeitos, frutas secas e cristalizadas, chocolates( confisserie)- Blog Rive Gauche Paris |
Há de tudo nesse lugar! Desde mangas brasileiras, pratos mediterrâneos e comidas que eu jamais tinha visto e imaginava existir! Cenouras roxas, mini abacaxis, tomates-cereja roxos e laranja, cítricos de todos os tipos e temperos de diversas regiões.
Blog NoGarlicNoOnions |
E tudo é muito organizado, com algum funcionário da loja sempre por perto, vestindo roupas sociais e pronto para ajudar com grande atenção.
Blog NoGarlicNoOnions |
A padaria e a confeitaria são uma perdição! Acho que assavam algum tipo de pão com chocolate logo que chegamos, na parte da manhã. Tinham de todos os tipos de doces e pães: madeleines, financiers, croissants, pains au chocolat, pains aux raisins, chouquettes, brioches, bolos simples, éclairs, macarons e tantos outros clássicos franceses e de outros países.
Blog The Skinny Bib |
O único problema desse paraíso gastronômico são os preços! Só vale mesmo a pena comprar algo lá se você não consegue encontrar essa coisa em nenhum outro supermercado de Paris, pois eles dão uma puxadinha nos preços!
Blog The Skinny Bib |
Só que achei tanto o preço dos pães quanto dos doces da pâtisserie e das comidas prontas bem justo, pela qualidade que tem e quando comparado com os preços das outras lojas.
Blog The Skinny Bib |
E me digam qual é o supermercado dá para você escolher e montar a sua própria caixinha de ovos? Adorei a ideia! Só foi uma pena não ter montado uma caixinha colorida para mim!
Blog All Design Food |
Comprei neste primeiro dia na loja um livro da Rachel Khoo que estava atrás já fazia um tempão e alguns macarons. Digo primeiro dia porque tive de voltar lá novamente para comprar açúcar em pérolas (para fazer gaufres de liège e chouquettes). Procurei por este açúcar em tudo que foi mercadinho de Paris, mas só fui encontrar lá na Épicerie.
Escolhi 6 sabores de macarons: abacaxi, laranja, chocolate, chocolate branco, caramelo e framboesa. Já tinha lido em alguns blogs que só vale a pena comprar os macarons da loja. Não sei se é verdade, pois não provei outros doces, mas não acredito que as outras opções sejam ruins.
Comi o de caramelo e experimentei o de chocolate e o de framboesa. Para ser sincera, achei que estes macarons estavam até melhores do que alguns das marcas famosas e mais caras de Paris. De todos o que mais gostei foi o de caramelo.
O de framboesa tinha um recheio feito com a fruta cozida em um pouquinho de açúcar, uma delícia! Nada enjoativo, pois o gosto do recheio bem azedinho com as sementinhas da fruta quebrava o doce da casquinha açucarada de amêndoas. Já o de chocolate eu não vi muita graça, não sei por que, mas não acho que macaron combine com chocolate escuro...
E agora aquele que eu mais gostei: o macaron de caramelo! Não sei se gostei mais dele pela expectativa em relação ao caramelo salgado que eu sempre tive vontade de experimentar ou pelo que ele era mesmo! A casquinha estava crocante e com o seu interior bem macio, perfeita para ser acompanhada por um caramelo salgado bem molhinho e cremoso, nada doce demais.
E também só foi lá na Grande Épicerie que eu encontrei o livro La Petite Cuisine à Paris da Rachel Khoo. Além dele, tinha uma grande variedade de livros do Pierre Hermé, de receitas francesas, de outras pâtisseries e autores famosos e também várias formas para bolos, cupcakes, enfeites, aventais e utensílios de cozinha diferentes.
E para estrear o livro (na verdade tinha estreado lá em Paris mesmo, quando fiz crepes de nutella), preparei a receita do Pain Perdu para a sobremesa de um domingo meio corrido aqui no Brasil.
Para quem não sabe, o Pain Perdu é a versão francesa das nossas Rabanadas. Também conhecidos por French Toast, a única diferença é que não são fritos em óleo por imersão, mas sim em manteiga. Geralmente são servidos acompanhados de compotas de frutas e não passados em açúcar com canela como a gente faz.
A receita tradicional pede fatias de brioche amanhecido e como eu não tinha em casa, a única solução foi usar um chocotone que estava na despensa. Vi que com qualquer tipo de pão fica bom, desde que esteja amanhecido. Você pode usar restos de pão doce, baguete, pão de forma e até pedaços daquele bolo simples que sobrou.
Não mudei as quantidades de açúcar da receita da Rachel porque o chocotone é mais doce e também porque queria salpicar um pouquinho de açúcar com canela nas fatias antes de servir. Mas se você usar um pão mais neutro como o brioche ou filão, acho que um pouquinho mais de açúcar na mistura de ovo e leite ou um acompanhamento mais doce ficaria melhor.
E ainda finalizei a sobremesa com uma bola de sorvete de creme, para ir derretendo devagarzinho, sobre a fatia de Pain Perdu quentinha!
Pain Perdu da Rachel Khoo:
-1 ovo
-250 ml de leite
-meia fava de baunilha com as sementinhas raspadas (meu toque)
-15 g de açúcar
-4 fatias de brioche ou qualquer pão a sua escolha
-15 g de manteiga
Modo de preparo:
Ferva o leite com a fava de baunilha e deixe descansar tampado por 15 minutos.
Bata o ovo com o leite e o açúcar. Passe as fatias de pão nessa mistura durante 1 minuto de cada lado.
Em seguida, derreta a manteiga numa frigideira sobre fogo médio. Coloque as fatias de pão e deixe cozinhar.
Vire do outro lado e cozinhe até que fiquem firmes e douradas.
Salpique açúcar de confeiteiro ou açúcar com canela sobre as torradas antes de servir.
Acrescentei uma bola de sorvete em cada uma, mas acompanhadas por uma compota de frutas, leite condensado, doce de leite, chocolate derretido ou Nutella ficaria bom também!
Antes de terminar o post, trago para vocês um pequeno vídeo da Grande Épicerie de Paris!
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