Reservamos um dia da viagem para ir à Lisboa e por isso pesquisei os melhores lugares para visitar. Entre eles escolhi a Confeitaria Nacional, já que era véspera do Dia de Reis e os seus Bolos Rei são os mais famosos de Portugal!
Fatias de Bolo Rei da Confeitaria Nacional |
Vindo do aeroporto de Sacavém, entramos em Lisboa e logo já estávamos no meio do Chiado, bairro onde se encontra a Praça do Comércio, o Largo Luís de Camões, a Rua Augusta e a Confeitaria Nacional. Paramos o carro na Avenida da Liberdade e saímos caminhando.
Teatro Eden Lisboa |
Como era domingo, as ruas estavam bem tranquilas e, apesar de praticamente todas as lojas da Rua Augusta (roupas de diversas marcas, souvenirs e restaurantes), da Avenida da Liberdade (grandes marcas) e arredores estarem fechadas, acho que foi a melhor escolha que fizemos, até porque o dia estava bem ensolarado e haviam mais lugares para estacionar.
Estação de Caminhos de Ferro do Rossio |
Continuamos caminhando até chegar na Praça Dom Pedro IV, com seus chafarizes e a estátua de Dom Pedro no seu centro. Na foto aí de cima dá para ver um carrinho vendendo Castanhas Portuguesas assadas com sal. Comprei e achei um charme encontrar isso no meio da rua!
Praça Dom Pedro IV |
Estátua de Dom Pedro IV |
Atravessamos a praça e seguimos até chegar na Praça da Figueira, aquela que tem a estátua do Marquês de Pombal.
A praça é cercada por restaurantes, lojas, hotéis, cafés e, ao fundo, bem lá no alto, podemos ver o Castelo de São Jorge.
É bem fácil de achar a Confeitaria Nacional, que fica na esquina com a Rua dos Correios. A casa foi fundada em 1829 por Baltazar Roiz Castanheiro e pertence à mesma família há cinco gerações, além de ser reconhecida internacionalmente por suas receitas criadas ao longo desses anos, como o icônico Bolo Rei.
E foi a família Castanheiro que trouxe o Bolo Rei da França para Portugal, tentando manter a receita secreta inalterada há mais de cem anos. A loja começa a comercializar seus bolos desde o início do Outono até a semana da Páscoa e não esconde mais a fava que em tempos antigos coroava quem a encontrasse como "Rei da Festa de Reis"!
Entrei para tomar o café da manhã no dia 5 de janeiro e para a minha surpresa a loja estava com o movimento bem tranquilo. Pedi duas fatias de bolo, que podem ser comprados inteiros ou nessas porções individuais bem generosas. Para começar, a aparência era bem diferente dos demais Bolos Rei que encontramos nas outras pastelarias e padarias portuguesas: nada de frutos com cores artificiais ou em fatias muito grandes, apenas cascas de laranja, fatias de abacaxi e de cidra cristalizadas com pouco açúcar, algumas castanhas salpicadas ao redor do bolo e uma geleia de brilho bem neutra na superfície.
A massa era bem amarelinha e como a de um pão doce bem fofinho, mas não tão leve quanto a massa dos nossos Panetones. Também levava menos frutos que ele e não tinha qualquer tipo de essência ou saborizante, apenas o gosto das frutas cristalizadas e das uvas passas. Uma delícia que realmente vale a pena experimentar numa visita à Portugal! Sem contar nos detalhes da linda decoração pombalina do interior da confeitaria (não pude tirar fotos).
Pastel de Nata da Confeitaria Nacional |
Lá eles também vendem outros tipos de doces, como os Pastéis de Nata, o Salame de Chocolate, os Bolinhos de Amêndoa, os Bolinhos de Ovo, os biscoitinhos e outras delícias conventuais.
Praça do Comércio |
Depois do desjejum, partimos pela Rua Augusta até chegar na maravilhosa Praça do Comércio! Também conhecida como Terreiro do Paço, ela abriga um grande Arco Triunfal que divide o Ministério da Justiça e o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal e marca o centro de Lisboa. É uma das maiores praças da Europa e tem no meio uma estátua de Dom José I.
Depois de algumas fotos, pegamos um carrinho típico (como esse da foto de baixo) para subir até o Castelo de São Jorge! De lá de cima há uma vista maravilhosa de Lisboa, sem poder me esquecer da paisagem maravilhosa no caminho para o castelo, com ruazinhas estreitas, casas típicas, roupas secando na rua, azulejos portugueses, cheiro de comida, bondinho e velhotes conversando na rua...
Outro ponto famoso que paramos para visitar foi a Sé de Lisboa, ou a também conhecida Igreja de Santa Maria Maior. Além de muito bela, apresenta relíquias relacionadas a São Vicente em seu interior.
Chegando no Castelo de São Jorge, paramos no miradouro para tirar fotos bem diferentes de Lisboa e em seguida entramos para conhecer os detalhes de dentro do castelo medieval.
Ponte 25 de Abril vista do alto do Castelo de São Jorge |
Localizado numa das mais altas colinas de Lisboa, a 111 metros do mar, o Castelo de São Jorge atual é resultado de uma intensa reforma realizada durante as décadas de 30 e 40 do século XX, por causa de erosões e um terremoto. A primeira ocupação do local data do século II antes de cristo.
Entrando no Castelo de São Jorge |
Terminada a visita, seguimos à pé até a Praça do Comércio de novo, onde pudemos tomar um ar fresco, comprar umas castanhas portuguesas assadas na brasa e pegar o carro para continuar a viagem!
Quando cheguei aqui no Brasil, queria de qualquer jeito fazer um Bolo Rei. Procurei por uma boa receita nos vários livros de receitas portuguesas que tenho aqui em casa, mas achei que a melhor era uma que encontrei no blog português Alquimia da Cozinha.
Fiz algumas alterações no modo de preparo e nas quantidades dos ingredientes e preparei o bolo para o café da tarde de um sábado. Como o calor este ano está bem intenso, bastou alguns minutos para que a massa já ficasse pronta e bem crescida.
Normalmente usa-se frutas cristalizadas inteiras na decoração, só que como o Natal já tinha passado, não consegui encontrar nenhum tipo de fruta cristalizada sem muito açúcar nos mercados, apenas abacaxis, abóboras, cerejas e figos.
A massa ficou bem fofinha e com bastante passas, frutas cristalizadas e um pouquinho de castanhas, que deixei de molho no vinho do Porto antes de usar. Pincelei geleia de damasco nas frutas e na superfície do bolo depois de assado para dar um brilho. Depois foi só comer!
Bolo Rei:
receita adaptada do blog Alquimia da Cozinha
-15 g de fermento biológico fresco
-150 ml de leite
-150 g de açúcar
-50 g de manteiga
-4 ovos
-50 ml de vinho do Porto
-aproximadamente 700 g de farinha de trigo para dar ponto na massa
-250 g de frutas cristalizadas
-150 g de uvas passas
-50 g de castanhas picadas
-1 gema para pincelar
-geleia de damasco ou laranja para pincelar
-frutas para decorar
Modo de preparo:
Dissolva o fermento no leite morno.
Cubra com um pano seco e deixe crescer até dobrar de volume (cerca de 30 minutos).
Junte em seguida o açúcar, a manteiga e os ovos no fermento crescido.
Coloque o vinho sobre as frutas secas e deixe que reidratem por alguns minutos. Acrescente em seguida na massa.
Comece a acrescentar a farinha de trigo à mistura anterior, mexendo bem com as mãos, até obter uma massa bem macia e que não grude na superfície.
Sove por alguns instantes e transfira para uma tigela. Deixe crescer até dobrar de volume (cerca de 2 horas).
Depois de crescer, divida a massa em duas porções. Eu preferi fazer um bolo bem grande e outro menor, mas você pode dividir em quantidades iguais para ter dois bolos de tamanho médio.
Modele os Bolos Rei abrindo um cilindro bem grande de massa e unindo as duas pontas.
Arrume os bolos numa assadeira untada e enfarinhada, pincele com gema e decore com as frutas cristalizadas inteiras.
Leve ao forno pré-aquecido (210ºC) por aproximadamente 25 minutos ou até que estejam crescidos, corados e assados no meio.
Pincele a geleia sobre as frutas enquanto o bolo ainda está morno.
Sirva!
http://www.ezimut.com/pois/castelo-de-sao-jorge
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